Positivo: Quantas vezes já disse, ou ouviu dizer: o mundo mudou! Se a sua resposta for positiva, vou-lhe agora perguntar o que é que mudou no Mundo, o próprio Planeta? Não acha que devíamos analisar primeiro a raiz da questão? Concorda comigo que foi o homem que transformou o Mundo? Está melhor assim? Eu prefiro assim! Mas o meu amigo(a) pode manter a sua opinião que eu não me chateio nada. Mas você a esta hora estará a franzir o sobrolho e seguramente a pensar, o que é que esta teoria tem a ver com a fotografia? Tudo! Quer ver? Se o homem transformou o mundo também a fotografia se transformou em subprodutos. Aguarde mais um pouco e já vai perceber onde quero chegar e depois, concordará, ou não, comigo. Antigamente a fotografia era feita com rolos feitos à base de emulsão de gelatina animal e sais de prata que é um material sensível à luz. Depois as câmaras escuras revelavam o nosso filme. Isto já sabe de cor e salteado. Hoje em dia não temos as emulsões, e tudo se passa mais ou menos desta maneira: a luz sensibiliza o sensor da máquina que depois converte essa luz num código electrónico que por sua vez envia em jeito de matriz com todas as cores registadas em forma de pixels (minúsculos pontos coloridos) que serão depois armazenados no nosso cartão de memória. Ok, e o que quero dizer com os subprodutos da fotografia? Imagine que vai assistir a uma vindima. Vai encontrar uvas em bom estado, outras mais maduras do que deveriam estar e outras assim-assim. O enólogo analisa-as e vai separa-las para fazer vinhos de três qualidades. Chama-lhe por exemplo Escolha Seleccionada, D.O.C e vinho corrente para ser vendido a preços baixos. Com um produto conseguiu transforma-lo em três subprodutos. O que fez o enólogo podemos fazer nós com as nossas fotografias. Quando fazemos um click na nossa máquina ela poder-se-á tornar numa fotografia, numa imagem ou simplesmente num registo. Ficou admirado? Por partes, então: uma fotografia são as uvas boas, não se fizeram grandes alterações. As uvas assim-assim, são as imagens, a fotografia não estava muito boa e tivemos que a editar para a melhorar. Finalmente temos as uvas fracas. São os registos. Captar uma estátua, uma flor, uma paisagem sem grande impacto, etc. Tudo aquilo não tinha grande qualidade e por isso chamemos-lhes apenas registos. Agora escolha o tipo de fotografia que quer fazer. Agora já sabe o que é que cada click vale… O Click do Dia que escolhi, não prima pela originalidade, é um tema demasiado usado e abusado. Mas porque é que eu o escolhi? Porque neste trabalho o autor conseguiu que a fotografia fosse além do cliché, porque escolheu um motivo que enquadra aquele caminhar e o faz ter sentido - o Farol. Um Farol que lhe indica o caminho a seguir na sua vida, que o guia como se de um navegador solitário se tratasse. O primeiro plano está muito bom e a abertura parece-me correctíssima. O monocromático muito simples, sem grandes correcções convenceu-me e a história que o autor pretendeu contar, também. O título é claro e objectivo para este trabalho
Negativo: A repetição desta dinâmica da pessoa a caminhar em direcção a algo é já um tema demasiado gasto. Mas entendo que numa Ilha um fotógrafo não tenha muitas opções. Isso, eu entendo perfeitamente. Mas, inovar nem sempre é assim tão difícil… Um abraço para ti.
A minha nota foi 7
Com um abraço do,
Jorge Garcia
Jorge Garcia/2010* Copyright*
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