CAPTURAR MOTION BLUR


Captura de movimento é algo que a maior parte dos fotógrafos só pensa fazer ao fotografar desporto ou outros objectos de movimento rápido, assim criam a oportunidade de enfatizar o movimentos dos participantes. No entanto quase todos os géneros de fotografia podem benificiar do uso de Motion Blur, mesmo quando o movimento envolvido é muito pequeno.
A razão para o movimento que vêem acima deve-se à exposição, a quantidade de tempo que o obturador da câmera está aberto permitindo ao sensor “ver” o movimento do assunto, neste caso dos carros. É este o factor chave para a criação de um bom arrasto de movimento (Motion Blur).
Não existe um valor ideal para a exposição, esta depende de imensos factores, entre eles a velocidade do nosso objecto (um caracol e um carro vão dar resultados muito diferentes com o mesmo valor de exposição), a luz existente e claro, a quantidade de movimento que desejam nas vossas fotos.
Se a exposição for rápida (por exemplo 1/2000 de segundo) não vamos obter muito movimento, mas com exposições lentas (por exemplo 5 segundos) não precisamos que o nosso objecto se mova muito para obtermos facilmente um arrasto. Por outro lado um dos mais importantes factores à escolha do valor de exposição é a quantidade de luz existente, uma exposição mais lenta deixa entrar mais luz na câmera e corremos assim o risco de obter uma imagem sobre-exposta. Parece que caímos aqui num dilema mas existem algumas formas de controlarmos todos estes factores e facilitar a obtenção de uma fotografia ideal.
Estabilizar a camera - O uso de um tripé é boa ideia, ou a colocação da câmera num sitio estável. O problema destas opções é a grande limitação que apresentam algumas vezes, em fotografia de rua por exemplo não é viável o transporte de um tripé e a maior parte das situações exijem uma resposta rápida da parte do fotógrafo, ficamos neste caso limitados a nossa capacidade de equilíbrio, o que se torna fácil se as exposições para motion blur não ultrapassarem 1 ou 2 segundos.
Modo manual ou de proridade à exposição - Como disse acima, a exposição é a mais importante das definições quando procuramos enfatizar a ideia de movimento. Mesmo pequenas mudanças na velocidade do obturador vão ter grande impacto no produto final, assim é importante escolhermos uma forma de termos total controlo sobre ela. Isto significa que devemos optar pelo Modo Manual ou Modo de Prioridade à Exposição, este último permite a escolha dos valores de exposição enquanto que a câmera decide o que fazer relativamente a outras definições (como a Abertura) durante a captura, já em Modo Manual cabe ao fotógrafo definir todos os parâmetros.
No caso de optarem pelo uso do Modo Manual existem diversas formas de controlar a luz e evitar imagens sobre-expostas:
1. Baixa Abertura - É a melhor forma de cortar a entrada de luz na câmera originada pelo uso de uma longa exposição. Que tal fechar o buraco por onde entra a luz? A isto chama-mos Abertura.
Como disse acima, se escolheremos o Modo de Prioridade à Exposição, a câmera vai decidir os valores de abertura automaticamente, em Modo Manual necessitamos de diminuir a abertura propocionalmente à medida que aumentamos o valor de exposição.
Felizmente não é tão difícil quanto parece já que os valores de abertura e velocidade de exposição estão organizados em stops. Ao descer a exposição 1 stop duplicamos a quantidade de tempo em que o obturador está aberto (por exemplo de 1/250 para 1/125). O mesmo acontece com o valor de abertura, ao baixarmos o valor de abertura 1 stop alteramos o tamanho de abertura em 50%. Esta relação de valores é muito boa já que o ajuste de 1 stop num parâmetro siginifica que só necessitamos de alterar o outro em 1 stop para obtermos uma boa exposição.
2. Baixar o ISO - Outra forma de compensar demasiada luz originada pela longa exposição, é o ajuste do ISO. O ISO está relacionado com a sensibilidade do sensor de imagem da câmera, um valor de ISO alto aumenta a sensibilidade à luz e o contrário acontece com um baixo valor. A opção de uma valor baixo de ISO permite então a escolha de uma maior exposição.
3. Usar Filtros ND - Estes filtros barram parte da luz que entra na objectiva e consequantemente a luz que entra na câmera, o que permite mais uma vez a opção por maiores exposições. É quase como colocar óculos escuros na lente ( de facto algumas pessoas, lol, usam os seus óculos escuros para este fim).
Outro filtro que poderá ter algum impacto relativamente ao corte da quantidade de luz é o filtro polarizador, no entanto o uso deste filtro vai afectar a fotografia de outros modos relativamente a eliminação de reflexos e alteração da cor do céu, factores que podem ou não ser consideráveis dependendo da foto que queremos obter.
Finalmente, mais duas técnicas que podem experimentar são o Panning(de que falei à alguns posts atrás) e o meu preferido Slow Sync Flash. Este último combina o uso de longas exposições com o disparo do flash originando fotos com pontos focados e outros desfocados com arrasto:

Artigo do blog:
F3lixP/photography
Todas as fotos neste post são da autoria de Félix Pagaimo. Copyright All rights reserved

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