IPF- NEWSLETTER -DEZEMBRO/ JANEIRO


 
 NEWSLETTER | DEZEMBRO 2011   
   
 Índice

Dezembro 2011-II
Exposição na Galeria Geraldes da Silva
Adriana Morais
Ana Oliveira
Dídia Ilhéu
Eva Rei
João Saramago
Luísa Rodrigues
Luís Santos
Matthew Furtado
Rui Soares
Tiago Baeta
Ana Teles
Catarina Pinho
José Carlos Coelho
Rita Pinheiro Braga
Boas Festas
 
   
   
 Dezembro 2011-II


Jornal dedicado à exposição na Galeria Geraldes da Silva no Porto. Pode ser visitada diariamente das 10 às 13h e das 14h30 às 19h, até ao dia 28 deste mês.
 
   
   
 Exposição na Galeria Geraldes da Silva


Conforme foi anunciado, abriu no dia 3 p.p., a exposição "Trabalho Final", uma mostra dos trabalhos de fim de Curso apresentados por dez formandos do IPF que terminaram a sua formação no Curso Profissional de Fotografia em 2011 e por outros quatro mais antigos.

Cada autor seleccionou para esta exposição três imagens do projecto fotográfico que desenvolveu como obra pessoal a apresentar no último acto de avaliação do seu percurso de formação. Assim, esta exposição colectiva evidencia a diversidade de abordagens técnicas e estéticas que confronta a sensibilidade, experiência e visão de cada autor, a partir de um mesmo universo de formação no IPF.

No acto de abertura da exposição, a Galeria Geraldes da Silva, que amavelmente a acolheu, o que de novo se agradece, registou cerca de cem visitantes.

A inclusão nesta jornal das imagens de cada expositor torná-lo-ia demasiado extenso e sem unidade gráfica pelo que optou por dar acesso ao vídeo (http: //www.youtube.com/watch?v=vb9erekaQwo) da autoria do formador e antigo formando Miguel Proença e pela apresentação de pequenos textos de cada autor extraídos do catálogo.
 
   
   
 Adriana Morais

"O Grande Desfazer"


A morte de alguém tem um impacto profundo no espaço que habitava. Subtraída a presença humana destes espaços de intimidade, eles conservam as ruínas da identidade de quem fisicamente desapareceu. Mais importante que isso, eles são um retrato sem rosto de como os outros lidam com a morte. 

Este trabalho projecta a forma como família ou amigos se relacionam, transformam, habitam o espaço íntimo da pessoa que morreu. Se o espaço é sujeito a uma conservação imaculada, se é esquecido e negligenciado, permitindo que se degrade ou se é completamente esvaziado, numa réplica da própria morte.

Roland Barthes afirma que a fotografia transforma o corpo em objecto. Nestas imagens procuro transformar objectos num corpo que já não existe.
 
   
   
 Ana Oliveira

"Identidades"


O objectivo do meu projecto é demonstrar todas estas mutações. Para tal, fiz um paralelismo entre imagens antigas e outras tiradas agora, de modo a tornar evidente o factor tempo. 

Numa primeira fase repeti as imagens, exactamente no mesmo local onde as antigas tinham sido tiradas, de modo a que as modificações fossem evidentes tanto a nível fisiológico, como do próprio espaço. 

Com o desenrolar do próprio trabalho, senti a necessidade de me focar mais nos traços das pessoas e de como estes se alteram com o passar do tempo. Para tal, reuni 15 retratos de pessoas, tirados entre os anos 40 e 80 e voltei a fotografar essas mesmas pessoas na actualidade. 

Ficam assim evidentes as marcas da passagem do tempo.

 
   
   
 Dídia Ilhéu

"Deslumbramento"


Que este ensaio fotográfico seja entendido como a narrativa auto-biográfica de um percurso de aprendizagem iniciado no IPF em Outubro de 2009, quando o mero prazer inerente ao acto fotográfico cedeu finalmente à vontade de saber. 

É, portanto, uma metáfora fotográfica que narra um qualquer percurso de aprendizagem - semelhante ao do prisioneiro, na alegoria da caverna de Platão - e que consiste no processo de tornar claro e inteligível o que era obscuro/desconhecido, em direcção a um discurso fotográfico mais esclarecido, mais iluminado.

Dizem alguns entendidos em medicina tradicional chinesa, que, durante o sono, quando o Qi2 chega ao ponto JingMing3 - situado numa depressão no canto interno do olho, a pálpebra retrai-se desvelando a íris, e, num impulso energético, despertamos para um outro nível de existência. 

Este movimento de transição à vida consciente, quando os olhos se abrem para a luz e o cérebro para o conhecimento, marca o despertar e o sentido deste percurso pessoal: da escuridão interior à claridade exterior.

Contada numa sequência de claros/escuros, representativos dos avanços e recuos próprios da aprendizagem, esta narrativa deve ser lida no mesmo sentido do despertar, isto é, de dentro para fora , neste movimento de nos ultrapassarmos em Conhecimento.

A quem percorrer este ensaio fotográfico recomenda-se apenas que o faça horizontal e circularmente, ao ritmo deste ciclo interminável de aprender, processo constante que exige sempre uma passagem do estado em que não se sabe para o estado de se saber algo.
 
   
   
 Eva Rei

"A Regency Wardrobe"


O gosto especial pela época em questão, com incidência na transição do século XVIII para o XIX, bem como o desejo de integrar outros interesses com a fotografia, foi a base desencadeadora de todo o processo, desde a elaboração do conceito, ao seu desenvolvimento e execução.

Foi, assim, que naturalmente surgiu a temática do trabalho, aliando à fotografia outros conhecimentos e interesses, uns mais recentes, outros que têm acompanhado a formação pessoal ao longo dos anos, nomeadamente a pesquisa histórica, a contextualização e a construção de peças de vestuário, tendo em conta não só a envolvente histórica associada, mas também a significância no mundo actual, no qual a influência do passado se mantém nas mais diversas áreas...
 
   
   
 João Saramago

"Porto:Caminhos de Luz"


Pretendo demonstrar como a luz natural cria linhas contrastantes de luz e sombra, modificando a percepção de todos os elementos citadinos.

A realização deste projecto foi feita nas ruas da cidade do Porto. As imagens foram captadas apenas durante o inicio da manhã e o final da tarde, em dias de sol. As imagens têm a particularidade de se apresentarem apenas com medição para as altas luzes, estando o resto da imagem subexposto para criar um alto contraste evidenciando, assim, a Luz.

 
   
   
 Luísa Rodrigues

"Transformação de Carne"


Apesar da agressividade e do dramatismo de algumas imagens, o processo da sua captação implicou a necessidade de superar os sentimentos pessoais de forma a que não impedissem ou distorcessem o realismo das foto-imagens. Nesse processo, a câmara fotográfica funcionou como escudo protector na realização das mesmas.

 
   
   
 Luís Santos

"Nada se Perde, Tudo se Tranforma"


Para realizar este projeto inspirei-me na Lei de Lavoisier. Com ele, pretendi fazer o registo de diferentes materiais, orgânicos e sintéticos, em diferentes fases de degradação, ou transformação, diretamente relacionados com o eco-sistema onde foram recolhidos. 

Decidi trazer os objetos para o estúdio e fotografá-los em fundos neutros com luz controlada. Em relação à composição, tive como preocupação o facto de os centrar, para lhes dar a dignidade merecida, pois se fossem fotografados nos sitios onde foram encontrados, o meio ambiente seria distrativo.

Recolhi objetos biológicos e sintéticos para ver o contraste entre eles, tendo-os encontrado em lixeiras clandestinas, praias e à beira da estrada. Na escolha final dos objetos tive em atenção a transformação a que eles tinham sido submetidos pela natureza e, acima de tudo, a relação entre eles: contraste entre o orgânico e o sintético, forma e tipo de material.

Sendo a fotografia um registo do passado, como o tempo não pára, a transformação continua...
 
   
   
 Matthew Furtado

"On the Town"


O meu projecto consiste num editorial de moda. Um editorial de moda é um dos mais poderosos instrumentos de divulgação para quem respira e faz moda. O objetivo é aplicar conceitos e comportamentos por meio de ensaios fotográficos, sempre com imagens fortes e marcantes.
 
   
   
 Rui Soares

"Jab"


Escolhi documentar o boxe e as fases do treino de um praticante por ser algo que, apesar do assumido desconhecimento da modalidade, exercia sobre mim grande curiosidade e fascínio, enquanto desporto. 

Após um trabalho de pesquisa e tendo conversado com elementos responsáveis pela modalidade, optei por fotografar no Boxe Lisboa Futebol Clube, por este me ter parecido o melhor local, para documentar as fases do treino de um boxeur , neste caso Nuno Lagarto.

"Float like a butterfly, sting like a bee" (Voar como uma borboleta, picar como uma abelha - Muhammad Ali) foi a frase que mais me marcou em toda a pesquisa efectuada, e para mim, reflecte na íntegra um praticante de boxe, o treino e a finalidade do mesmo. 

É o que tentei retratar nas fotografias que fiz: mostrar o caminho para um atleta de boxe chegar ao ringue e vencer o seu adversário. Esse caminho, tanto em treinos com outros atletas ou na solidão de correr sozinho, em nome de se tornar melhor atleta, superar-se a si e ao próximo e no fundo voar que nem uma borboleta e picar como uma abelha.

Tudo pela superação pessoal e superação do adversário.

Como agradecimento e reconhecimento de toda a disponibilidade e colaboração do Nuno, fez todo o sentido dar, como título ao trabalho, o nome do seu golpe preferido, o Jab .
 
   
   
 Tiago Baeta

"[intervalo]"


(...) É também dessa forma que percebo o acto fotográfico: um momento em que isolamos o nosso objecto de interesse de entre a multiplicidade possível. Nesse sentido, vejo os elementos que compõem a fotografia como os termos de uma equação que podem ser isolados, reagrupados, eliminados à medida que tentamos resolvê-la desde que não esqueçamos que, se a solução se apresenta sempre ao nosso alcance, ela vive, no entanto, muito para além do nosso controlo sobre os seus termos.

Tenho consciência de que todas as imagens mostram, de modo transparente, pedaços de uma realidade já vista e de todos conhecida. Porém, e precisamente pela escolha de motivos comuns, tentei também que se lhes pudesse descobrir a opacidade no sentido.

Não creio que uma fotografia tenha que ter forçosamente um significado. Prefiro pensar que é apenas do conjunto destas fotografias, e do modo de as obter, que pode resultar um sentido determinado. 

Se tivesse que enunciar algum objectivo mais para cada fotografia que fiz, seria certamente o de ter sido competente a representar o intervalo de mundo que contém; E a escolha da palavra representar não é inocente: re-apresentar, mostrar novamente, ou de outro modo, aquilo que já se conhecia.

Como última nota posso dizer que a leitura e a escrita têm vindo a servir-me de ferramenta para responder a algumas perguntas fundamentais, como tentativa de compreensão do mundo.

[intervalo] é o resultado de tentar colocar as mesmas questões recorrendo a uma nova ferramenta: a câmera fotográfica.
 
   
   
 Ana Teles

"Untitled #06"


Untitled #06 é uma visão pessoal da migração, explorando o experimentalismo e a plasticidade da fotografia.

Todo o acto de migração envolve movimento, mutação, fugacidade; por vezes, a migração é também praticada em anonimato. Estas sensações estão presentes nas fotografias através do desfoque ou arrastamento de pessoas. O aspecto emotivo e psicológico de um migrante é-nos também cedido nas imagens através do uso do simbolismo da cor e da expressividade da pintura, e procuram consagrar, assim como propagar uma nova leitura a toda a imagem.

 
   
   
 Catarina Pinho

"Nomads"


A busca de algo novo ou diferente implica uma mudança que, seja ela positiva ou negativa, representa uma alteração nos hábitos e rotinas pessoais.

"Nomads" representa, visual e metaforicamente, uma possível relação entre a procura de mudança e as consequências que lhe estão adjacentes, por intermédio de uma série fotográfica que aproxima uma estética clássica de retrato à imperfeição expressa pelas marcas físicas dos retratados.

Os três trabalhos foram desenvolvidos numa residência artística em Berlim, em Outubro de 2010, no seguimento da criação da revista digital Dyspnea. As três séries representam diferentes interpretações do mesmo tema The Inner Portrait of a Migrant.
 
   
   
 José Carlos Coelho

"Sem Título"


O trabalho exposto, um conjunto de imagens feitas pelo fotojornalista ao serviço da Lusa - Agência de Notícias de Portugal.

A selecção destas fotografias, recolhidas durante o ano de 2011, pretende mostrar a versatilidade do trabalho realizado numa agência noticiosa, na cobertura de todas as áreas da actualidade.
 
   
   
 Rita Pinheiro Braga

"Untitled #13"


A cultura, economia, política e história de um país, assim como a nossa herança genética e educação, moldam a nossa personalidade desde que nascemos. Contudo, como seres humanos que vivem numa realidade social e que são constantemente expostos a muitos estímulos, o nosso eu interior está em constante mutação. Isto é muito mais efectivo quando viajamos ou emigramos para outro país. Neste processo verifica-se um ganho e perda de características pessoais, que culmina no emergir de uma nova identidade.

Untitled # 13 propõe uma interpretação visual deste jogo morrer/renascer que se processa num migrante.

 
   
   
 Boas Festas


Desejamoa a todos os nossos leitores e suas famílias um Santo Natal e um Bom Ano Novo.
 
  

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